No álbum com regravações, cantora se inspira em clássicos do forró, até na estratégia de lançamento. Ela diz que tem ‘lista enorme’ de músicas para trabalhar em novas edições. As histórias por trás de 3 hinos do forró regravados por Pabllo Vittar
No celebrado projeto “Batidão Tropical”, Pabllo Vittar se inspira no forró eletrônico dos anos 1990 e 2000 — nas músicas e na estratégia de lançamento. Após uma segunda edição divulgada nesta terça (9), ela diz que tem outros volumes na manga.
No VÍDEO acima, o g1 analisa as faixas do ‘Batidão Tropical Vol. 2’; assista
“Quando eu era criança, o Calcinha Preta tinha até o 20º volume. Agora já tem 30”, brinca a cantora, citando o grupo sergipano de forró, que lançou em 2023 seu “Volume 30”, gravado ao vivo em Aracaju.
Pabllo Vittar em imagem de divulgação do álbum ‘Batidão Tropical 2’
Gabriel Renne / Divulgação
Numa época em que a pirataria começava a dominar o mercado musical, as bandas de forró eletrônico lançavam discos de forma frenética, com produção simples e barata.
Distribuídos até de graça em cidades do interior, os álbuns serviam para divulgar as músicas, criar hits e ampliar a agenda de shows dos grupos.
Assim, entre o fim dos anos 90 e a primeira década de 2000, nasceram sucessos como “Me Usa”, gravado pela Banda Magníficos, “Não Desligue o Telefone”, do Forró Sacode, e “São Amores”, do Forró do Muído — na época liderado pelas irmãs Simone e Simaria.
As três faixas estão entre as regravações que compõem o “Batidão Tropical 2”, de Pabllo. No álbum, as músicas ganham produção atualizada, que se conecta com o pop feito em 2024.
As irmãs Simone e Simaria eram vocalistas da banda Forro do Muído
Divulgação
“É como se eu tivesse devolvendo algo para esses artistas, que foram luz na minha vida”, diz a cantora maranhense. “Acho que, mais importante do que a homenagem, é que as pessoas conheçam esses trabalhos e se inspirem, como eu me inspirei.”
Pabllo demonstra carinho especial pelo projeto: o primeiro “Batidão”, ela considera “maior do que muitas carreiras”. E, para os próximos. fala que tem “uma lista enorme de músicas” para trabalhar. “Quero fazer outros porque tem muitos artistas que quero mostrar”, explica. “E esses próximos volumes vão vir intercalados com outras eras.”
Entre o “Batidão Tropical Vol. 1” e o “Vol. 2”, a artista lançou em 2023 o disco de inéditas “Noitada”.
Tudo autorizado
O maior desafio para as novas edições, segundo a cantora, é conseguir autorização para regravar todas as faixas que quer. “Eu só trabalho com autorização”, diz, emendando:
“O Roxette autorizou, meu amor.”
A frase é sobre “Pede pra Eu Ficar”, versão em português do clássico romântico “Listen to Your Heart”, lançado pela dupla sueca em 1988.
“A gente faz uma lista do que quer e aí parte para os pedidos. Mas, às vezes, nem os próprios cantores das bandas têm autorização [para regravar]”.
Em 2021, quando lançou o primeiro volume, Pabllo teve problemas com os créditos de “Apaixonada”, sucesso da Banda Batidão, uma das maiores expoentes do tecnomelody paraense — mais um gênero reverenciado pela cantora no projeto.
Coautora da composição, a ex-vocalista Manu Bahtidão publicou na época um comunicado afirmando que Pabllo regravou a música sem permissão. O mal-entendido sobre os direitos é resquício de um rompimento conturbado com o ex-parceiro de banda (e ex-marido), Flávio Miranda.
Manu Bahtidão e Flávio Miranda em imagem promocional da Banda Batidão; ela ficou no grupo até 2015
Divulgação
Manu deixou o grupo em 2015 e, após a separação, trocou alfinetadas com Flávio nas redes sociais. Hoje, em carreira solo, ela é a voz do hit “Daqui pra Sempre” e disse, em entrevista ao g1, que a situação com Pabllo “foi resolvida”.
A Banda Batidão aparece novamente no “Vol. 2”: Pabllo regravou o sucesso “Ai Ai Ai Mega Príncipe”, que faz referência à famosa festa de aparelhagem de som em Belém, comandada pela dupla de DJs Edilson e Edielson.
Tecnomelody pode ser a grande tendência musical de 2024
Fonte: G1 Entretenimento