TO registra 142 amputações de pernas em 2021: ‘Um pequeno ferimento é porta de entrada para infecção’

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Um levantamento inédito da Sociedade Brasileira de Angiologia apontou que nos últimos 10 anos foram feitas 13.442 amputações de membros inferiores na região norte do país. Pesquisa mostra no norte do Brasil foram feitas 13.442 amputações de membros inferiores
O Tocantins registrou 142 amputações de pernas e pés nos hospitais públicos em 2021, segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Só neste ano, entre janeiro e março, foram 14. O médico cirurgião vascular, Silvio Cunha, alerta que um pequeno ferimento pode ser porta de entrada para uma infecção.
O levantamento inédito realizado pela SBACV apontou também que nos últimos 10 anos foram feitas 13.442 amputações de membros inferiores na região norte do país. Uma média de três procedimentos por dia.
“Em 85% das amputações, a situação se originou de um pequeno ferimento no pé. Aquele ferimento não pode ser negligenciado. Aquele pequeno ferimento é uma porta de entrada da infecção. Porta de entrada de infecção combinada com a falta de circulação é desastroso”, relatou o médico.
A jovem Crislânia Pereira de Souza teve uma perna amputada após sofrer um acidente com uma lancha, no lago de Palmas em 2017. Ela foi atingida pela hélice da embarcação e chegou a ficar 70 dias internada no Hospital Geral de Palmas.
Crislânia Pereira perdeu a perna em um acidente no Lago em 2017
TV Anhanguera/ Reprodução
A prótese facilita o dia da dia da moradora da capital. “Espero que minha prótese fique pronta logo porque com a prótese tive uma vida bem próxima ao normal, minha qualidade de vida melhorou bastante, principalmente a independência e em voltar a desenvolver as atividades do dia a dia”.
Em janeiro deste ano, um acidente também causou a amputação da perna de um homem, de 38 anos, em Araguaína. A vítima estava em uma moto e bateu de frente com um carro no setor Itaipú.
A psicóloga Elisangela Silveira comenta que o processo é doloroso e afeta a saúde emocional dos pacientes.
“É muito comum reparar que essas pessoas têm uma autoestima baixa por se sentirem inferiorizadas. Muitas vezes, a própria sociedade acaba olhando para o membro que falta e não para a pessoa. Então, é a pessoa do membro faltante, acaba que esses nomes pejorativos são muito comuns nesse meio. A pessoa se recolhe para evitar o contato social”.
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Fonte: G1 Tocantins